terça-feira, 6 de outubro de 2009

Lisura


Entras na morte,
como se entra em casa,
desvestindo a carne,
pondo teus chinelos
e pijama velho.



Entras na morte,
como alguém que parte
para uma viagem:
não se sabe o norte
mas começa agora.



Entras na morte,
sem escuros,
sem punhais ocultos
sob o teu orgulho.



Entras na morte,
limpo
de cuidados breves;
como alguém que dorme
na varanda enorme,
entras na morte.

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