quinta-feira, 25 de junho de 2009

José Guilherme de Araújo Jorge


Os versos que te dou

Ouve estes versos que te dou, eu os fiz hoje que sinto o coração contente enquanto teu amor for meu somente, eu farei versos...e serei feliz...
E hei de faze-los pela vida afora, versos de sonho e de amor, e hei  depois relembrar o passado de nós dois... esse passado que começa agora...
Estes versos repletos de ternura são versos meus, mas que são teus, também... Sozinha, hás de escuta-los sem ninguém que possa perturbar vossa ventura...
Quando o tempo branquear os teus cabelos hás de um dia mais tarde, revive-los nas lembranças que a vida não desfez...
E ao lê-los...com saudade em tua dor... hás de rever, chorando, o nosso amor, hás de lembrar, também, de quem os fez...
Se nesse tempo eu já tiver partido e outros versos quiseres, teu pedido deixa ao lado da cruz para onde eu vou...
Quando lá novamente, então tu fores, pode colher do chão todas as flores, pois são os versos de amor que ainda te dou.

Exaltação do amor

Sofro, bem sei... Mas se preciso fôr
sofrer mais, mal maior, extraordinário,
sofrerei tudo o quanto necessário
para a estrêla alcançar... colher a flor...

Que seja imenso o sofrimento, e vário!
Que eu tenha que lutar com força e ardor!
Como um louco talvez, ou um visionário
hei de alcançar o amor... com o meu Amor!

Nada me impedirá que seja meu
se é fogo que em meu peito se acendeu
e lavra, e cresce, e me consome o Ser...

Deus o pôs... Ninguém mais há de dispor!

Se êsse amor não puder ser meu viver
há de ser meu para eu morrer de Amor!


terça-feira, 16 de junho de 2009

Cavaleiro andante

Se vais em busca da Fortuna, pára:
nem dês um passo de onde estás. . .
Mais certo
é que ela venha ter ao teu deserto,
que vás achá-la em sua verde seara.

Se em busca vais do Amor, volta e repara
como é enganoso aquele céu aberto:
mais longe está, quando parece perto,
e faz a noite da manhã mais clara.

Deixa a Fortuna, que te está distante,
e deixa o Amor, que teu olhar persegue
como perdido pássaro sem ninho.

… Porém, ó negro cavaleiro andante,
se vais em busca da Tristeza, segue,
que hás de encontrá-la pelo teu caminho!

Onestaldo de Pennafort

Carta a uma amiga.



É preciso ter cuidado,execivo cuidado
Dois olhos não bastam para açambar o céu
Nem a terra cabe em nossa mãos de fome
Teremos rosas de cabalto?
Teremos alvoradas de amar?
Ah!Amiga,a bagagem das indagações
vai nela um vasto desejo de dialozar
Alguma coisa será,da qual faremos parte,
um exército,quem sabe,para plantar.
Tens razão
é preciso alegrar a geração de gritos no caule
e botões tantas vezes parece um prédio inacabado
com algumas ervas,
com alguns montes
E,tantas vezes.
A flor expandida de um mistério.
Não falar sempre
Que é preciso um grampo para prender cabelos?
Não alertam sempre
Contra o fruto que desaba de su posto de vida
Para crescer no chão.
E nós perplexos,
Antes a faixa de.............

Carta a um pai.

Hoje perdemos um motivo de morrer


deve ser a noite


que esplende com seu coração negro


para corroper-nos


que serão os meninos de reteno


disendo coisas assim


como saber


se o pardal vem do inverno


ou da janela que fecha os mortos?


como esquecer


se alguma coisa crece sobre as plantas


e uma dor se ergue


porque os amados deixaram as mãos




Somente o eco da paisagem de ferro


e as perguntas e as respostas


que abrigou


o mundo é uma festa


cuidado a desadolescer`.




É o amor?


É o corpo?


É os outros?


É a terra que disseste boa?


É o Acre dos limões?


O mundo é uma festa


cuidado a desadolecer.


Oh!Pai,


núcleo de ternura,equilibrio e louco


forjaste sem cuidado.


Quando voltaras a casa


de onde nlos largaste


para teu legado,


quando estará maduro


para aceitar nosso extravio


o erro do teu lapidor milenario


lapidando se em área de liberdade?






Lindolf Bell
Eu não queria ter coração !
Que no meu peito nada batesse!
E andasse livre e feliz por esse
mundo da grande desolação!

Onestaldo de Pennafort
Minha mulher
não é seu nome é uma data
escritos na aliança.
Minha mulher é sabão seco
ao redor do anel.
Quando andamos de mãos dadas,
a aliança faz espuma.

Cancao minima


No misterio do Sem-Fim,
equilibra-se um planeta.
E ,no planeta ,no jardim
e, no jardim,no canteiro.
No canteiro,uma violeta,
e sobre ela,o dia inteiro,
entre o planeta e o Sem-Fim.
A asa de uma borboleta.

poesias de José Guilherme de Araújo Jorge










SENSUAL




Ainda sinto o teu corpo ao meu corpo colado;nos lábios, a volúpia ardente do teu beijo;no quarto a solidão, desnuda, ainda te vejo,a olhar-me com olhar nervoso e apaixonado...


Partiste!... Mas no peito ainda sinto a ânsia e o latejodaquele último abraço inquieto e demorado...- Na quentura do espaço a transpirar pecado,Ainda baila a figura estranha do desejo...


Não posso mais viver sem ter-te nos meus braços!- Quando longe tu estás, minha alma se alvoroçajulgando ouvir no quarto o ruído dos teus passos...


Na lembrança revejo os momentos felizes,e chego a acreditar que a minha carne moçana tua carne moça até criou raízes!...








Bilhete




O teu vulto ficou na lembrança guardado,vivo, por muitas horas!... e em meus olhos baços Fitei-te – como alguém que ansioso e torturadoTentasse inutilmente reavivar teus traços...
Num relance te vi – depois, quase irritadoFugi, - e reparei que ao marcar os meus passosia a dizer teu nome e a ver por todo ladoo teu vulto... o teu rosto... e o clarão dos teus braços!
Talvez eu faça mal em querer ser sincero,censurarás – quem sabe? Essa minha ousadia,e pensarás até que minto, e que exagero...
Ou dirás, que eu falar-te nesse tom, não devo,que o que escrevo é infantil e absurdo, é fantasia,e afinal tens razão... nem sei por que te escrevo!



O riacho é um cavalo liquido,
a pedra é um cavalo preso.
As borboletas são flores com abelhas dentro
liberdade é apenas mudar a forma
o que não diminuiu a solidão
do nascimento.

*-* Unidade


                                                   Unidade

As plantas sofrem como nos sufomar  

Por que não sofririam

Se esta é a chave da Unidade no mundo ?

a flor sofre, tocada

Por mão inconsciente .

Há uma queixa abafado

em sua docilidade

A pedra é sofrimento

paralitica, eterno .

Não temos nós, animais

Sequer o privilégio de sofrer.

                                                                                                     Carlos D. De Andrade . 

Soneto á lua












Por que tens,por que tens olhos escuros


E as mãos lânguidas,loucas e sem fim


Quem és,que es tu,não eu ,e estas em mim


Impura,como obem que está nos puros?







Que paixão fez-te os lábios tão maduros


Num rosto como o teu criança assim


Quem te criou tão boa para o ruim


E fatal para meus versos duros?







Fugaz,a que direito tens-me presa


A alma que por ti soluça nua


E não és Tatiana nem Teresa:







E és tão pouco a pouco a mulher que anda na rua


Vagabunda,poética,indefesa


O minha branca e pequenina lua.

Carta a uma mãe.


Saber

como tudo é em nós

saber

como tudo é em nós

o abismo,

o tombo de alto,

a resima.



Saber

quando menos esperamos

de todas as que se foram

nem sempre maduras,

das malucas que guardam

e se reguadam

dentro da casa.

Saber

qualquer coisa a chegar-se

como se,de repente,

houvesse um porto,

um porto sempre mais dificil,

com as mãos abertas

de noite e de dia

doce crescer no escuro!

Doce esfregar-se contra o mundo

porque nós impede de soçobrar

se não algo puro,

o rosto intacto

de quem se despede da multidão

neste mês.

Nesta primavera agregada,
nesse tempo entreabrir?
Por mais que façamos caminhos pelos países
a torre brotaa com seu desvêlo
tudo se aconchega
como se aconchega o ninho,
E nós gritamos
porque somos os centro,
de onde se parte sempre,
a onde se chega nunca.
Oh!Mãe
arca primeira do corpo
primeiro chão
primeira lasca
do tronco abatido a machado,
engedreraria nosso coração
tamanha cidade
para habitantes todos como irmãos?
Lindolf Bell




Onestaldo de Pennafort


Noturno

Lá vem ele a guiar o seu rebanho.
Cada pedra que encontra em seu caminho,
ele transforma em dócil cordeirinho.
E lá vai a guiar o seu rebanho...

Quando ele passa erguendo o alto cajado,
pastor sem gado chamam-lhe os pastores.
Mas crianças dizem que são flores
que ele vai a guiar com o seu cajado...



Guitarra

Punhal de prata ja eras,
punhal de prata !
Nem foste tu que fizeste.

Vi-te brilhar entre as pedras ,
Punhal de prata !
_no cabo,flores abertas,
no gume,a medida exata,

A exata,a medida certa ,
punhal de prata,
para atravessar-me o peito,
com uma letra e uma data.

A maior pena que eu tenho,
punhal de prata,
nao e de me ver morrendo,
mas de saber quem me mata.

Epigrama numero nove

O vento voa,
a noite toda se atordoa,
a folha cai.
Havera mesmo algum pensamento.
Sobre esta noite
Sobre este vento
Sobre esta folha que se vai.
Pulo frutas
para roubar muros
eu me seco
quando levo susto
sempre nos momentos,
em que nada acontece
tudo é possível.

A Morte







A morte vem de longe

Do fundo dos céus

Vem para os meius olhos

Virás para os teus

Desce das estrelas

Das brancas estrelas.





As loucas estrelas

Trânsfugas de Deus

Chega impressendida

Nunca inesperada

Ela é o que é na vida.





A grande esperada!

A desesperada

Do amor garantida

Dos homens ai!dos homens

Que matam a morte

Por medo da vida.
poesia

Quero asa de borboleta azul
para que eu encontre
o caminho do vento
o caminho da noite
a janela do trem
o caminho de mim





O amor a primeira vista


o amor a primeira vista
é a alma trocado de corpo
feito passaro de ninho
é sede respontina
sede de água de outro





receita de abri coração


a chave é pequena
de ouro e coragen
o coração é labirinto de viagem
muralha abismo trapezio
porta aberta para outros
gaveta aberta para a vida

Epigrama do espelho infiel

Entre o desenho do meu rosto,
e o seu reflexo ,
me sonho agoniza ,perplexo.

Ah!,pobres linhas do meu rosto,
desmanchadas do lado oposto,
e sem nexos.

E a lagrima do seu desgosto,
sumida no espelho convexo!.

Legado

Foi meu pai quem plantou esse álamo

No meu jardim.Podou seus sonho

E desde então seus dedos se multiplicaram

Sua voz se perpetuou em folhas

Depois de cada inverno.

E quando o evento perpassa

Os altos ramos do álamo generoso

O tempo se dá por vencido

A dor recolhe suas asas:

Meu pai conversa comigo

Andando pela calçada

Entre o meu coração e a sua morte.

Epigrama do espelho infiel

Entre o desenho do meu rosto,
e o seu reflexo,
meu sonho agoniza,perplexo.

Ah!,pobres linhas do meu rosto,
desmanchadas do lado oposto,
e sem nexo!

E a lagrima do seu desgosto.
Sumida no espelho convexo!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

by Kim Anderson


Procura-se algum lugar do planeta

onde a vida seja sempre uma festa

onde o homem não mate

nem bicho nem homem

e deixe em paz as árvores na floresta


.Procura-se algum lugar no planeta

onde a vida seja sempre uma dança

e mesmo as pessoas mais graves

tenham no rosto um olhar de criança


.Roseana Murray

In Classificados Poéticos

O ajudante de Deus


Ivoquei o Espiríto Santo

Ele me disse sofre

come na paciência

está amargura,

por que tens boca

e eu não

toma o pequeno cálice

massa de cinza e fiel

não transmultados

É pão de mirra come

Aviso




Se me quiseres amar,

Terá de ser agora:depois

Estarai cansada

Minha vida foi feita de

Parveria com a morte

Pertenço um pouco a cada uma

Para mim sobrou quase nada,

Ponho a máscara do dia,

Um rosto cômodo e simples

E assim garanto a minha sobre vida.

Se me quiseres amar,

Terá de ser hoje:

Amanhã estarei mudada.


Minha mulher teus olhos
teu jeito de me abençoar com seios.
Dá-me a estrada entre a cama
e os teus joelhos.
Tuas pernas abertas
e as minhas fechada
e tuas pernas fechadas
e minhas abertas.
Não devolviremos o espaço que ciamos,
não há retorno aos limites
tampoucos poderei escrever sobre tua letra.

XVI

Tu ouvirás esta linguagem.
Simples,
difícil.
Terás um encanto triste
Como os que vão morrer,
Sabendo o dia...
Mas intimamente .
Quererás está morte .
Sentindo-a maior que a vida.

Biografia de Lindolf Bell



Lindolf Bell nasceu em Timbío,Santa Catarina,em 2 de novembro de 1938.Primeiros estudos em Timbó (G.E.Polírio em Santiago e ginásio Rui Barbosa).Adolecente vai para Blumenau,onde estuda para técnico de contabilidade (colégio Santo Antônio)Segue depois para o Rio de Janeiro,onde permanece pouco tempo,deixando incompleto o curso de Ciências sociais na Universidade Federal vai para São Paulo,onde faz dramaturgia na escola de arte dramatica de São Paulo(direção de Alfredo Mesquita).Como profissional foi lavrador e professor de Timbó,soldado na PE no Rio de Janeiro,funcionário de escritório em Timbó,Blumenau,Rio e São Paulo.
Seus primeiros poemas sairam nos jornais de Blumenau(a nação,lume,os estudantes)e em Joinville(jornal de Joinville).Em 1972,participado do congreço de poesia brasileira realizada em Fortaleza(Ceará),como representante de Santa Catarina.
Em 1973 lança as camisetas -poemas para todo o Brasil ,emescala industrial.Inicia-se como professor de história de artes na fundação universidade regional de Blumenau(curso de licenciatura de educação artistica).

Prepara um novo livro "O Vale".


Dança lenta


Não somos nem bons nem maus:


Somos tristes.Plantados entre chão


E estrelas ,lutando com sangue,


Pedras e paus,sonho e arte.


Nem vida nem morte:


Somos lúcida vertigem,


Glória e danação.Somos gente:


Dura tarefa.


Com sorte,aqui e ali a ternura


Faz parte.



Versos de Entreter-se

À vida falta uma parte

-seria o lado de fora-

pra que se visse passar

ao mesmo tempo que passa

e no final fosse apenas

não um sonho sem resposta

À vida falta uma porta.

Fabricio Carpinerjar é poeta,jornalista e mestre em literatura brasileira pela universidade federal do Rio Grande Sul.Nasceu em Caxias do Sul,no dia 23 de outubro 1972.É autor dos livros"As Solas do Sol" publicado em 1998 pela Bertrand Brasil" Um Terreno de Pássaros ao Sul" publicado pela Escritursa edirtora,em 2000 reconhecido pela Emciclopédia Britânica como uns dos destaques da literatura brasileira em 2001,e terceira sede, pela Escrituras em 2001.