terça-feira, 16 de junho de 2009

poesias de José Guilherme de Araújo Jorge










SENSUAL




Ainda sinto o teu corpo ao meu corpo colado;nos lábios, a volúpia ardente do teu beijo;no quarto a solidão, desnuda, ainda te vejo,a olhar-me com olhar nervoso e apaixonado...


Partiste!... Mas no peito ainda sinto a ânsia e o latejodaquele último abraço inquieto e demorado...- Na quentura do espaço a transpirar pecado,Ainda baila a figura estranha do desejo...


Não posso mais viver sem ter-te nos meus braços!- Quando longe tu estás, minha alma se alvoroçajulgando ouvir no quarto o ruído dos teus passos...


Na lembrança revejo os momentos felizes,e chego a acreditar que a minha carne moçana tua carne moça até criou raízes!...








Bilhete




O teu vulto ficou na lembrança guardado,vivo, por muitas horas!... e em meus olhos baços Fitei-te – como alguém que ansioso e torturadoTentasse inutilmente reavivar teus traços...
Num relance te vi – depois, quase irritadoFugi, - e reparei que ao marcar os meus passosia a dizer teu nome e a ver por todo ladoo teu vulto... o teu rosto... e o clarão dos teus braços!
Talvez eu faça mal em querer ser sincero,censurarás – quem sabe? Essa minha ousadia,e pensarás até que minto, e que exagero...
Ou dirás, que eu falar-te nesse tom, não devo,que o que escrevo é infantil e absurdo, é fantasia,e afinal tens razão... nem sei por que te escrevo!


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