quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Á lágrima
Oh!Lágrima cristalina,
tão salgada e pequenina,
quanta dor tú não redimes!
Mesmo feita de amargura,
és tão sublime, tão pura.
Que só virtudes esprimes.
Ao coração torturado,
pela saldade magoado.
Pelo destino cruel,
Tú és a pérola linda,
do rosário que não finda,
feita de tortura e fel.
Tempo.
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Entras na morte,
como se entra em casa,
desvestindo a carne,
pondo teus chinelos
e pijama velho.
Entras na morte,
como alguém que parte
para uma viagem:
não se sabe o norte
mas começa agora.
Entras na morte,
sem escuros,
sem punhais ocultos
sob o teu orgulho.
Entras na morte,
limpo
de cuidados breves;
como alguém que dorme
na varanda enorme,
entras na morte.
Xi
Roseana Murray
Ternura
Convite
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
José Guilherme de Araújo Jorge
Liberdade
A liberdade é o meu clarim de guerra
e eu sou, no meu viver amplo e sem véus,
como os caminhos soltos pela terra,
como os pássaros livres pelos céus.
Ela é o sol dos caminhos ! Ela é o ar
que os enche os pulmões, é o movimento,
traz num corpo irrequieto como o mar
uma alma errante e boêmia como o vento.
Minha crença, meu Deus, minha bandeira,
razão mesma de ser do meu destino,
há de ser a palavra derradeira
que há de aflorar-me aos lábios como um hino.
Liberdade: Alavanca de montanhas!
Aureolada de louros ou de espinhos
há de cingir-me a fronte nas campanhas,
há de ferir-me os pés pelos caminhos.
Sinto-a viva em meu sangue palpitando
seja utopia ou seja ideal, - que importa?
Quero viver por esse ideal lutando,
quero morrer se essa utopia é morta !
José Guilherme de Araújo Jorge
Missão
Meus versos terão cumprido a sua missão
se puderem ser pedra e areia
servirem de barricada.
Se puderem ser o hino, quando o desânimo
se levantar como a poeira dos escombros.
Se puderem permanecer no alto, como a bandeira
rasgada e irreconhecível, mas tremulando.
Terão cumprido a sua missão
se na hora em que precisarem deles
não negarem fogo como a boa arma,
se outros puderem ouvi-lo, como o esperanto,
depois da vitória do homem e da vitória do povo.
José Guilherme de Araújo Jorge
O verbo amar
Te amei: era de longe que te olhava
e de longe me olhavas vagamente...
Ah, quanta coisa nesse tempo a gente sente,
que a alma da gente faz escrava.
Te amava: como inquieto adolescente,
tremendo ao te enlaçar, e te enlaçava
adivinhando esse mistério ardente
do mundo, em cada beijo que te dava.
Te amo: e ao te amar assim vou conjugando
os tempos todos desse amor, enquanto
segue a vida, vivendo, e eu, vou te amando...
Te amar: é mais que em verbo é a minha lei,
e é por ti que o repito no meu canto:
te amei, te amava, te amo e te amarei!
(Poema de JG de Araujo Jorge
do livro -Bazar de Ritmos- 1935)
José Guilherme de Araújo Jorge
Não, o Natal não é uma festa alegre,
é uma festa triste.
De repente
as crianças (logo as crianças!)
separam o mundo em duas metades
desiguais:
- de um lado, a abastança, indiferente ou piedosa;
do outro, a necessidade, a mendigar seus restos
como há milênios faz...
As crianças (logo as crianças!)
Algumas com presentes, brinquedos, esperanças,
e as puras alegrias que o bom Velhinho
lhes traz do céu;
outras, sem terem nada, e mesmo tendo pais,
são "órfãos do Natal",
não tem Papai Noel...
Não. Neste mundo como está,
(neste mundo profano
que a um olhar mais humano
não resiste),
o Natal pode ser uma festa,
(quem contesta?)
mas é uma festa triste...
( Poema de J. G. de Araujo Jorge
in " O Poeta Na Praça " - 1981
José Guilherme de Araújo Jorge
Ser mãe
1
Quando todos te condenem
quando ninguém te escutar,
ela te escuta e perdoa,
por ser mãe - é perdoar!
2
Quando todos te abandonem
e ninguém te queira ver,
ela te segue e procura
pois se mãe - é compreender!
3
Quando todos te negarem
um pão, um beijo, um olhar,
ela te ampara e acarinha
por ser mãe - sempre é se dar!
( Poema de JG Araujo Jorge,
in " Cantiga do Só" - 1964 )
José Guilherme de Araújo Jorge
GOSTARIA
Queria compartilhar contigo os momentos mais simples
e sem importância.
Por exemplo:
sair contigo para passear, sentir-te apoiada em meu braço,
ver-te feliz ao meu lado
alheia a todo mundo que passasse.
Gostaria de sair contigo para ouvir música, ir ao cinema,
tomar sorvete, sentar num restaurante
diante do mar,
olhar as coisas, olhar a vida, olhar o mundo
despreocupadamente,
e conversar sobre "nós" – esse "nós" clandestino
que se divide em "tu e eu"
quando chega gente.
Encontrar alguém que perguntasse: "Então, como vão vocês?"
E me chamasse pelo nome, e te chamasse pelo nome
e juntasse assim nossos nomes, naturalmente,
na mesma preocupação.
Gostaria de poder de repente te dizer:
Vamos voltar pra casa...
( Como se felicidade pudesse ser uma coisa
a que tivéssemos direito como toda gente)
Queria partilhar contigo os momentos menores
da minha vida,
porque os grandes já são teus.
(Poema de JG de Araujo Jorge
do livro – A Sós – 1958 )
Doído coração doido.
Foto by Fernando Campanella
PREDILEÇÃO
Amo os gestos estáticos, plasmados
numa atitude lenta de abandono;
certos olhares bêbados de sono
e a poesia dos muros desbotados...
Amo as nuvens longínquas...o reflexo
na água dos foscos lampiões...as pontes...
a sufocação ríspida das fontes
e as palavras poéticas sem nexo.
Mas, sobretudo, eu amo esses instantes
em que, como dois presos foragidos,
os meus olhos se embrenham,distraídos,
na natureza - como dois amantes...
Onestaldo de Pennafort
Onestaldo de Pennafort
PREDILEÇÃO
Amo os gestos estáticos, plasmados
numa atitude lenta de abandono;
certos olhares bêbados de sono
e a poesia dos muros desbotados...
Amo as nuvens longínquas...o reflexo
na água dos foscos lampiões...as pontes...
a sufocação ríspida das fontes
e as palavras poéticas sem nexo.
Mas, sobretudo, eu amo esses instantes
em que, como dois presos foragidos,
os meus olhos se embrenham,distraídos,
na natureza - como dois amantes...
Onestaldo de Pennafort
COMO NASCEM AS MANHÁS
Roseana murray
Atravesso teus olhos
não como quem passa
de uma rua a outra
com flores nos braços
,mas como quem atravessa
uma densa floresta
à noite
apenas o brilho das corujas
como guia
,ou como quem passa
a fronteira a cavalo
com um passaporte falso,
o coração disparado
:você não me detém,
eu mergulho
.Roseana MurrayIn Recados do Corpo e da Alma
Postado por mateus às 08:22 0
Roseana murray
Gosto Quando Falas de Ti...
by Childe Hassam » Flower Girl
GOSTO QUANDO FALAS DE TI...
Gosto quando falas de ti...e vou te percorrendo
e vou descortinando a tua vida
na paisagem sem nuvens, cenário de meus desejos tranqüilos.
Gosto quando me falas de ti... e então percebo
que antes mesmo de chegar, me adivinhavas,
que ninguém te tocou, senão como o vento
que não deixa vestígios, e se vai
desfeito em carícias vãs...
Gosto quando me falas de ti... quando aos poucos a luz
vasculha todos os cantos de sombra, e eu só, te encontro
e te reencontro em teus lábios, apenas pintados,
maduros,
mas nunca mordidos antes da minha audácia.
Gosto quando me falas de ti... e muito mais adiantas
em teus olhos descampados, sem emboscadas,
e acenas tua alma, sem dobras, como um lençol
distendido,
e descortino teu destino, como um caminho certo, cuja
primeira curva
foi o nosso encontro.
Gosto quando me falas de ti ... porque percebo que te desnudas
como uma criança, sem maldade,
e que eu cheguei justamente para acordar tua vida
que se desenrolava inútil como um novêlo
que nos cai da mão...
José Guilherme de Araújo Jorge
A VIAGEM
Não vamos fazer planos, vamos apenas viajar
neste barco que nos recolheu
e cujo rumo não sabemos...
Não vamos fazer planos, vamos olhar as gaivotas,
os crepúsculos sobre o mar,
as ondas, as nuvens, os portos que amanhecerão,
agradecer ao destino que nos fez passageiros
do mesmo sonho.
Não vamos fazer planos, não vamos matar as nossas alegrias
modificando roteiros, se não sou o camandante do navio,
se ninguém é,
não vamos matar as nossas alegrias
com intinerários antecipados
como se fossemos turistas ricos
apenas gastando o seu tédio...
Não vamos fazer planos, vamos nos deixar levar
ao sabor das correntes,
vamos agradecer essa viagem como se fosse a primeira
como se fosse a última viagem,
como se fosse aquela viagem há tanto tempo esperada,
que inacreditavelmente se tornasse
realidade...
E o porto onde chegamos, - qualquer que seja o porto -
ou o horizonte de mar que sempre se afastará,
serão o porto e o horizonte
da felicidade...
INSÖNIA
Madrugada.
Rua vazia.
Uma lua branca de linho
estendida no escuro,
sobre o nada.
Num momento insone,
conversam confidentes
Presente, passado e futuro
Um pensamento corta o espaço
Versejando a esmo.
Escuto passos:
é meu coração abrindo a porta de mim
mesmo.
Flora Figueiredo
In chao de Vento.
Canção Da Pequena Melancolia
senta-se ao pé de mim e passa
sobre meu coração a asa tensa,
como se fosse o meu melhor amigo.
Esse fantasma que chega e me abraça
(asas cobrindo a ferida do flanco)
é todo o amor que resta entre ti e mim
e está comigo.
CANÇÃO EM CAMPO VASTO
que nossas solidões se unam,
e cada um falando em sua margem
possa escutar o próprio canto.
Deixa-me amar-te com loucura, ambos
cavalgando mares impossíveis
em frágeis barcos e insuficientes velas,
pois disso se fará a nossa voz.
Ajuda-me a amar-te sem receio:
a solidão é um campo muito vasto
que não se deve atravessar a sós.
quinta-feira, 25 de junho de 2009
José Guilherme de Araújo Jorge
Os versos que te dou
Ouve estes versos que te dou, eu os fiz hoje que sinto o coração contente enquanto teu amor for meu somente, eu farei versos...e serei feliz...
E hei de faze-los pela vida afora, versos de sonho e de amor, e hei depois relembrar o passado de nós dois... esse passado que começa agora...
Estes versos repletos de ternura são versos meus, mas que são teus, também... Sozinha, hás de escuta-los sem ninguém que possa perturbar vossa ventura...
Quando o tempo branquear os teus cabelos hás de um dia mais tarde, revive-los nas lembranças que a vida não desfez...
E ao lê-los...com saudade em tua dor... hás de rever, chorando, o nosso amor, hás de lembrar, também, de quem os fez...
Se nesse tempo eu já tiver partido e outros versos quiseres, teu pedido deixa ao lado da cruz para onde eu vou...
Quando lá novamente, então tu fores, pode colher do chão todas as flores, pois são os versos de amor que ainda te dou.
Exaltação do amor
Sofro, bem sei... Mas se preciso fôr
sofrer mais, mal maior, extraordinário,
sofrerei tudo o quanto necessário
para a estrêla alcançar... colher a flor...
Que seja imenso o sofrimento, e vário!
Que eu tenha que lutar com força e ardor!
Como um louco talvez, ou um visionário
hei de alcançar o amor... com o meu Amor!
Nada me impedirá que seja meu
se é fogo que em meu peito se acendeu
e lavra, e cresce, e me consome o Ser...
Deus o pôs... Ninguém mais há de dispor!
Se êsse amor não puder ser meu viver
há de ser meu para eu morrer de Amor!
terça-feira, 16 de junho de 2009
Cavaleiro andante
Se vais em busca da Fortuna, pára:
nem dês um passo de onde estás. . .Mais certo
é que ela venha ter ao teu deserto,
que vás achá-la em sua verde seara.
Se em busca vais do Amor, volta e repara
como é enganoso aquele céu aberto:
mais longe está, quando parece perto,
e faz a noite da manhã mais clara.
Deixa a Fortuna, que te está distante,
e deixa o Amor, que teu olhar persegue
como perdido pássaro sem ninho.
… Porém, ó negro cavaleiro andante,
se vais em busca da Tristeza, segue,
que hás de encontrá-la pelo teu caminho!
Onestaldo de Pennafort
Carta a uma amiga.
É preciso ter cuidado,execivo cuidado
Dois olhos não bastam para açambar o céu
Nem a terra cabe em nossa mãos de fome
Teremos rosas de cabalto?
Teremos alvoradas de amar?
Ah!Amiga,a bagagem das indagações
vai nela um vasto desejo de dialozar
Alguma coisa será,da qual faremos parte,
um exército,quem sabe,para plantar.
Tens razão
é preciso alegrar a geração de gritos no caule
e botões tantas vezes parece um prédio inacabado
com algumas ervas,
com alguns montes
E,tantas vezes.
A flor expandida de um mistério.
Não falar sempre
Que é preciso um grampo para prender cabelos?
Não alertam sempre
Contra o fruto que desaba de su posto de vida
Para crescer no chão.
E nós perplexos,
Antes a faixa de.............
Carta a um pai.
Cancao minima
poesias de José Guilherme de Araújo Jorge
Ainda sinto o teu corpo ao meu corpo colado;nos lábios, a volúpia ardente do teu beijo;no quarto a solidão, desnuda, ainda te vejo,a olhar-me com olhar nervoso e apaixonado...
Partiste!... Mas no peito ainda sinto a ânsia e o latejodaquele último abraço inquieto e demorado...- Na quentura do espaço a transpirar pecado,Ainda baila a figura estranha do desejo...
Não posso mais viver sem ter-te nos meus braços!- Quando longe tu estás, minha alma se alvoroçajulgando ouvir no quarto o ruído dos teus passos...
Na lembrança revejo os momentos felizes,e chego a acreditar que a minha carne moçana tua carne moça até criou raízes!...
Bilhete
O teu vulto ficou na lembrança guardado,vivo, por muitas horas!... e em meus olhos baços Fitei-te – como alguém que ansioso e torturadoTentasse inutilmente reavivar teus traços...
Num relance te vi – depois, quase irritadoFugi, - e reparei que ao marcar os meus passosia a dizer teu nome e a ver por todo ladoo teu vulto... o teu rosto... e o clarão dos teus braços!
Talvez eu faça mal em querer ser sincero,censurarás – quem sabe? Essa minha ousadia,e pensarás até que minto, e que exagero...
Ou dirás, que eu falar-te nesse tom, não devo,que o que escrevo é infantil e absurdo, é fantasia,e afinal tens razão... nem sei por que te escrevo!
*-* Unidade
Soneto á lua
Por que tens,por que tens olhos escuros
E as mãos lânguidas,loucas e sem fim
Quem és,que es tu,não eu ,e estas em mim
Impura,como obem que está nos puros?
Que paixão fez-te os lábios tão maduros
Num rosto como o teu criança assim
Quem te criou tão boa para o ruim
E fatal para meus versos duros?
Fugaz,a que direito tens-me presa
A alma que por ti soluça nua
E não és Tatiana nem Teresa:
E és tão pouco a pouco a mulher que anda na rua
Vagabunda,poética,indefesa
O minha branca e pequenina lua.
Carta a uma mãe.
Onestaldo de Pennafort |
Noturno
Lá vem ele a guiar o seu rebanho.
Cada pedra que encontra em seu caminho,
ele transforma em dócil cordeirinho.
E lá vai a guiar o seu rebanho...
Quando ele passa erguendo o alto cajado,
pastor sem gado chamam-lhe os pastores.
Mas crianças dizem que são flores
que ele vai a guiar com o seu cajado...
Guitarra
punhal de prata !
Nem foste tu que fizeste.
Vi-te brilhar entre as pedras ,
Punhal de prata !
_no cabo,flores abertas,
no gume,a medida exata,
A exata,a medida certa ,
punhal de prata,
para atravessar-me o peito,
com uma letra e uma data.
A maior pena que eu tenho,
punhal de prata,
nao e de me ver morrendo,
mas de saber quem me mata.
Epigrama numero nove
a noite toda se atordoa,
a folha cai.
Havera mesmo algum pensamento.
Sobre esta noite
Sobre este vento
Sobre esta folha que se vai.
A Morte
A morte vem de longe
Do fundo dos céus
Vem para os meius olhos
Virás para os teus
Desce das estrelas
Das brancas estrelas.
As loucas estrelas
Trânsfugas de Deus
Chega impressendida
Nunca inesperada
Ela é o que é na vida.
A grande esperada!
A desesperada
Do amor garantida
Dos homens ai!dos homens
Que matam a morte
Por medo da vida.
Quero asa de borboleta azul
para que eu encontre
o caminho do vento
o caminho da noite
a janela do trem
o caminho de mim
O amor a primeira vista
o amor a primeira vista
é a alma trocado de corpo
feito passaro de ninho
é sede respontina
sede de água de outro
receita de abri coração
a chave é pequena
de ouro e coragen
o coração é labirinto de viagem
muralha abismo trapezio
porta aberta para outros
gaveta aberta para a vida
Epigrama do espelho infiel
e o seu reflexo ,
me sonho agoniza ,perplexo.
Ah!,pobres linhas do meu rosto,
desmanchadas do lado oposto,
e sem nexos.
E a lagrima do seu desgosto,
sumida no espelho convexo!.
Legado
Epigrama do espelho infiel
e o seu reflexo,
meu sonho agoniza,perplexo.
Ah!,pobres linhas do meu rosto,
desmanchadas do lado oposto,
e sem nexo!
E a lagrima do seu desgosto.
Sumida no espelho convexo!
segunda-feira, 15 de junho de 2009
O ajudante de Deus
Aviso
Terá de ser agora:depois
Amanhã estarei mudada.
XVI
Simples,
difícil.
Terás um encanto triste
Como os que vão morrer,
Sabendo o dia...
Mas intimamente .
Quererás está morte .
Sentindo-a maior que a vida.
Biografia de Lindolf Bell
Em 1973 lança as camisetas -poemas para todo o Brasil ,emescala industrial.Inicia-se como professor de história de artes na fundação universidade regional de Blumenau(curso de licenciatura de educação artistica).
Prepara um novo livro "O Vale".
Dança lenta
Versos de Entreter-se
-seria o lado de fora-
pra que se visse passar
ao mesmo tempo que passa
e no final fosse apenas
não um sonho sem resposta
À vida falta uma porta.
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Poesias de Carlos Nejar
Era um anel de terra
emirto, anel contigo.
O que te dei, preserva
como chama, arco iris
um anel de folhas
vagalumes, trigos
O que te dei, é secreto
Elza,para sorrires.
E um anel de tréguas,
entretecendo mitos,
que abrangesem alarde.
A rua,a lua,a tua
mão e os dedos indos
Anel de eternidades
Poema de Purificação
apareceu para clarear o mundo,
Quadrilha
Quadrilha
João amava Teresaque amava Raimundo
que amava Maria
que amava Joaquim
que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para o Estados Unidos,Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre,
Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandesque não tinha entrado na história.
Carlos D. de Andrade
Olhar
Foto de TELPortfolio
APRENDIZADO
Do mesmo modo que te abriste à alegria
abre-te agora ao sofrimento
que é fruto dela
e seu avesso ardente.
Do mesmo modo
que da alegria foste
ao fundo
e te perdeste nela
e te achaste
nessa perda
deixa que a dor se exerça agora
sem mentiras
nem desculpas
e em tua carne vaporize
toda ilusão
que a vida só consome
o que a alimenta.
Ferreira Gullar
In Barulhos
Não passou *-*
Minúsculas eternidades
deglutidas por mínimos relógios
ressoam na mente cavernosa.
Vinicius de Moraes
Nasceu no Rio de Janeiro no dia 19 de Outubro de 1913.Estudou direito no Rio e literatura em Oxford.Desde então interessava-se pela arte do cinema,tendo desenvolvido atividades como crítico e censor cinematográfico.
Lya Luft
Lya Luft começou sua carreira literária em 1980,aos 41 anos,com a publicação do romance As parceiras,seguido por A asa esquerda do anjo 1981,Reunião de familia 1982,Mulher no palco 1984,O quarto fechado 1984,Exílio 1987.Olado fatal 1988,A sentinela 1994,Orio do meio 1996, prêmio da Associação Paulista de Criticos de Artes,Secreta mirada 1997,O ponto cego 1999,Histórias do tempo 2000,Perdas Ganhos 2003,Pensar é transgredir 2004,e no mesmo ano,Histórias de bruxa boa,sua estréia na literatura infantil.Em 2005 publicou o volume de poesia Para não diser adeus.
Formada em letras anglo-germânicas e com mestrados em literatura brasileira e linguistica aplicada,Lya trabalha desdeos 20 anos como tradutora de alemão e inglês e já verteu para o português obras de autores consagrados,como Virginia Woolf,Gunter Grass,Thomas Mann e Doris Lessing,além de ter recebido o prêmio União Latina de melhor traduçâo tecnica e científica em 2001 pela tradução de Lete:Arte e critica do esquecimento de Harald Weinrich.
BIOGRAFIA DE HELENA KOLODY
Helena Kolody passou parte da infância na cidade de Tres Barras onde fez o curso primário. Estudou piano, pintura e aos 12 anos , fez seus primeiros versos.
Seu primeiro poema publicado foi A Lágrima,aos 16 de idade, e a divulgação de seus trabalhos, na época , era através da revista Marinha de Paranaguá. Mas infelizmente morreu no dia 15 de fevereiro de 2004 aos 91 anos.
É a primeira brasileira da família.Passou a infância no cenário catarinense de uma pequena vila.Trabalhou por 23 anos no Instituto da Educação.
by Brasilescola.com
Em 1910,concluiu o curso primário e recebeu das maõs do inspetor de ensino,na época o poeta Olavo Bilac,uma medalha de ouro com seu nome gravado,prêmio pelo esforço desempenhado durante o curso.
Sete anos depois diplomou-se professora primaria e passou a desenvolver intensa atividade como educadora.Em 1922 casou-se com o artista plástico português Fernando Correa Dias,com teve três filhas:Mari Elvira,Maria Matilde e Maria Fernanda,atriz de sucesso.
Além de sua atividade como educadora escreveu muitas poesias.
Cecilia Meirelles faleceu no dia 9 de novembro de 1964,em pleno apogeu de sua atividade literária.Recebeu post mortem o premio Machado de Assis,da Academia Brasileira de Letras,pelo conjunto de sua obra.
Biografia de Paulo Leminski
Paulo Leminski nascido em Curitiba Paraná, em 1944. Mestiço de polaco com negra, sempre viveu no Paraná.
Ex-professor de história e redação em cursos pré-vestibular, foi diretor de criação e redator de publicidade,colaborou no "Folhetim" da folha de S.Paulo, resenhou livros de poesia na Veja.
Poemas e textos publicados em inúmeros órgãos, de Curitiba,S.Paulo,Rio e Bahia. Teve seus primeiros poemas publicados na revista Invenção,em 1964, então portavoz da poesia concreta paulista. Faixa -preta o professor de judo,viveu em Curitiba com a poeta Alice Ruiz com a qual teve 2 filhos.
Biografia De Carlos Drummond De Andrade *-*
Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira do mato dentro -MG 31 de Outrubo de 1902 , de uma família de fazenderos decadência , estudou na cidade de Belo Horizonte e com os jesuítas no colégio Anchieta de nova Friburgo RJ , de onde foi espulso por ´´insubordinação mental``. De novo em Belo Horizonte , começou a carreira de escritor como colaborador do diários de Minas , que Aglutinavam os adepetos locais do incipiente movimento modernista mineiro.
Ante a insistência familiar para que se obitivesse um diploma , formou-se em farmácia na cidade de Ouro Preto em 1925. Fundou com outros escritores A revista , que , apesar da vida preve , foi importante Veiculo de Afirmação do modernismo em Minas.Ingressou no serviço Público e , em 1934tranferiu-se para oRio De Janeiro , onde foi chefe de gabinete de Gustavo Capanema , ministro da Educação , até 1945.Passou depois a trabalhar no serviço Patrimônio Histórico e Artístico nacional e se aposentou em 1962.Desde 1954 colaborou como cronista no correio da Manhã e , a partir do início de 1969 , no Jornal do Brasil.
Vem daí o rigor, que beira a obsessão. O poeta trabalha sobretudo com o tempo, em sua cintilação cotidiana e subjetiva, no que destila do corrosivo. Em Sentimento do mundo (1940), em José (1942) e sobretudo em A rosa do povo (1945), Drummond lançou-se ao encontro da história contemporânea e da experiência coletiva, participando, solidarizando-se social e politicamente, descobrindo na luta a explicitação de sua mais íntima apreensão para com a vida como um todo. A surpreendente sucessão de obras-primas, nesses livros, indica a plena maturidade do poeta, mantida sempre.
Em mão contrária traduziu os seguintes autores estrangeiros: Balzac (Les Paysans, 1845; Os camponeses), Choderlos de Laclos (Les Liaisons dangereuses, 1782; As relações perigosas), Marcel Proust (La Fugitive, 1925; A fugitiva), García Lorca (Doña Rosita, la soltera o el lenguaje de las flores, 1935; Dona Rosita, a solteira), François Mauriac (Thérèse Desqueyroux, 1927; Uma gota de veneno) e Molière (Les Fourberies de Scapin, 1677; Artimanhas de Scapino).
José Guilherme de Araújo Jorge
Nasceu em 20 de maio de 1914,na vila de Tarauacá,estado do Acre. Filho de Salvador Augusto de Araújo Jorge e Zilda Tinoco de Araújo Jorge. Descendente,pelo lado paterno de tradicional família alagoana,os Araújo Jorge.Sobrinho do embaixador Artur Guimarães de Araújo Jorge,(autor de inúmeras obras sobre filosofia,história e diplomacia),sobrinho neto de Adriano de Araújo Jorge,médico,escritor,grande orador,que foi presidente perpétuo da Academia Amazonense de letras,e do professor Afrânio de Araújo Jorge,fundador do Ginásio Alagoana, de Maceió. Descendente pelo lado materno do Tinocos Caldas e dos Gonçalves de Campos,Macaé,e São Fidelís, estado do Rio. Passou sua infância no Acre ,em Rio Branco,onde fez curso primário no Grupo Escolar,7 de Setembro.No Rio,realizou o curso secundário nos colégios Aglo-Americano e Pedro II colaborou desde menino na imprensa estudantes.Foi fundador e presidente da Academia de Letras do internato Pedro II, no velho Casarão de São Cristovão.
Roseana murray
quarta-feira, 4 de março de 2009
Bilhete
não grites acima dos telhados
deixe em paz aos passarinhos.
Deixe em paz a mim,
se me queres em fim
tem de ser bem devagarinho
amada, pois a vida é breve
e o amor mais breve ainda.
Adélia Prado nasceu em Divinopolis, Minas Gerais em 13 de dezembro de 1935, onde reside até hoje.Em 1951 iniciou o curso de magistério na Escola Normal Mario Casasanta. Em uma escola da cidade. Em meados da década de 1960,foi estudar filosofia na faculdade de filosofia.Ciências e letras de Divinopólis,onde se formou em 1973.